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23 de MAIO de 2017 | Fonte: Notícias MS

'Vou até o fim para provar acusações falsas de JBS', diz Reinaldo

Reinaldo Azambuja durante entrevista sobre denúncias feitas pelo empresário Joesley Batista à Procuradoria da República (Foto: Elvio Lopes)

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) convocou, na tarde desta segunda-feira (22), uma entrevista coletiva em Campo Grande para apresentar sua defesa em relação às denúncias formuladas pelo empresário Joesley Batista, do Grupo JBS, de que teria recebido propina em dinheiro durante a campanha eleitoral. Ele iniciou sua apresentação afirmando que o governo deve prestar contas de suas ações em defesa dos incentivos fiscais proporcionados pelo Estado a 1.199 empresas, entre as quais do conglomerado J&F, à qual pertence os frigoríficos dos irmãos goianos.

 

Segundo o governador, desde que assumiu, em 2015, muitos termos de incentivos fiscais haviam sido celebrados no passado, beneficiando 1.199 empresas e que, diante da constatação da falta de isonomia entre as cadeias produtivas, o governo teve que realizar alguns enquadramentos no ramo dos frigoríficos, entre os quais 31 empresas com os mesmos benefícios que a JBS.

 

"Essa isonomia proporcionou economia ao Estado, conforme comparativo do recolhimento do ICMS da JBS, que em 2014 foi de R$ 40 milhões, pulou para R$ 73 milhões em 2016 e que este ano vai dobrar esse valor, mesmo com a manutenção de alguns benefícios e outros não renovados, para que tivéssemos a garantia de emprego e manutenção de nossa economia em ascensão", afirmou o governador.

 

DOAÇÕES

 

Em relação às doações à sua campanha para governador, em 2014, Reinaldo Azambuja afirmou que todas foram declaradas à Justiça Eleitoral e apresentou aos jornalistas presentes a planilha apresentada por Joesley Batista em sua delação premiada, de quatro parcelas de R$ 2,5 milhões, totalizando R$ 10 milhões. "Aqui está a planilha de nossa prestação de contas à Justiça Eleitoral, de que esse dinheiro entrou para o PSDB, que o destinou, nas mesmas parcelas, à nossa campanha, portanto, não houve propina, mas doação dentro da legalidade", afirmou o governador.

 

"Recebi inúmeras vezes os irmãos Batista em meu gabinete, assim como fui recebido por eles em São Paulo, para tratar dos benefícios fiscais para as plantas da empresa em nosso Estado, como a duplicação do abate do frigorífico de suínos em Dourados, de 3 mil para 6 mil cabeças/dia e de outras unidades, como em Caarapó e somente o projeto de um frigorífico de abate de perus, em Itaporã ficou sem aprovação por desistência dos próprios empresários", esclareceu Reinaldo.

 

NOTAS FRIAS

 

Sobre as alegadas notas frias do Frigorífico Buriti, Reinaldo afirma que essa empresa foi autuada pelo governo estadual no ano passado em multa de R$ 7 milhões, que foram parcelados e que estavam sendo quitadas normalmente.

 

Ele explicou que, na comercialização de gado para o frigorífico, como fez inúmeras vezes ao JBS, as notas fiscais são emitidas de acordo com o carregamento em um caminhão, emitida a Guia de Transporte de Animais (GTA) e feito o recolhimento à vista do Fundersul. "Depois, a carga está liberada ao frigorífico, que deve recolher os impostos federais e outros encargos e, ao final, ainda deve devolver ao produtor uma contranota do gado abatido", explicou.

 

Para Reinaldo, não há como emitir notas fiscais de venda de gado, emitir a GTA e pagar o Fundersul, sem que tenha transito dos bovinos de uma localidade a outra.

 

CONTRADIÇÕES

 

Ainda sobre a campanha eleitoral, Reinaldo afirma que é uma deslavada mentira a afirmação de Joesley Batista de que tenha havido um acordo para que quem vencesse a eleição a governador pagaria em Mato Grosso do Sul pagaria a conta do perdedor. "Isso é uma mentira e o próprio executivo da J&F, Ricardo Saud, em depoimento à Procuradoria de Justiça, afirma que destinou R$ 17.861.9056,49 ao então candidato Delcídio do Amaral (PT), que acabou "perdido" pela empresa, uma demonstração de algumas contradições nos depoimentos dos delatores", ressaltou.

 

DEFESA

 

Emocionado, Reinaldo afirmou que está completando 20 anos de carreira pública, lembrou que, na campanha passada para governador, a imprensa divulgava que estava entre os candidatos mais ricos do País e que os bens de sua família foram construídos por seus pais, os familiares de sua esposa Fátima e também por sua família. "Vem da nossa família a melhoria do nosso patrimônio, nunca tiramos nada de ninguém e vou responder uma a uma essas acusações e, assim como o Estado, que vai prestar todas as informações, pois nada tem a esconder, o Reinaldo também vai apresentar provas de que essas acusações são mentirosas e falsas, vamos até as últimas consequências para provar nossa inocência", destacou.

 

Ele apontou o advogado Gustavo Passarelli, que ficará encarregado de sua defesa e explicou que vai a todos os órgãos públicos do Estado apresentar os documentos que mostrou ontem os jornalistas – à Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas do Estado – e também à população. "É inaceitável bandidos jogarem na lama o nome de pessoas honestas, com patrimônio e contas declaradas e não aceito que, de janeiro de 2015 para cá, como afirmou o delator, as 1.199 empresas que têm benefícios fiscais pelo Estado tenham pagado qualquer tipo de propina", afirmou.

 

PEDIDO

 

Encerrando sua apresentação, Reinaldo afirmou que, diante do grande mal estar de hoje nos meios políticos e na sociedade, não duvida de que vai comprovar com documentos a sua defesa, com tranquilidade e que pediu à equipe de governo que mantenha as entregas dos compromissos assumidos e, em esforço coletivo, cada secretário realize seu trabalho mantendo o Estado regularmente cumprindo com o cidadão aquilo que ele mais necessita. "Estou de portas abertas para prestar contas á população", encerrou Reinaldo.



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